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GRÈCIA ANTIGA
GRÈCIA ANTIGA

Grécia Antiga é o termo geralmente usado para descrever o mundo grego e áreas próximas (tais comoChipreAnatóliasul da Itália, da França e costa do mar Egeu, além de assentamentos gregos no litoralde outros países, como o Egito).

Tradicionalmente, a Grécia Antiga abrange desde 1100 a.C. (período posterior à invasão dórica) até à dominação romana em 146 a.C.[1] No entanto, deve-se lembrar que a história da Grécia inicia-se desde o período neolítico, perpassando a Idade do Bronze com as civilizações cicládica (3000 a.C. - 2000 a.C.), minoica (3000 a.C. - 1400 a.C.) e micênica (1600 a.C. - 1200 a.C.). Alguns autores utilizam de outro período, o período pré-homérico (2000 a.C. - 1200 a.C.), para encorporar mais um um trecho histórico a Grécia Antiga.[2]

Os antigos gregos autodenominavam-se helenos, e a seu país chamavam Hélade.[1] Nunca chamaram a si mesmos de gregos nem à sua civilização Grécia, pois ambas essas palavras são latinas, tendo sido-lhes atribuídas pelos romanos.[1]

Índice

 [esconder]

[editar]Geografia

O antigo mundo grego, por volta de 550 a.C..

Situada na porção sul da Península Balcânica, o território da Grécia continental caracteriza-se pelo seu relevo montanhoso.[1][3] 80% da Grécia é formada por montanhas.[3] A cordilheira dominante é a dos Montes Pindo que separa a costa oriental, banhada pelo mar Egeu, da costa ocidental, banhada pelos mares Jônico e Adriático.

A Grécia Setentrional tinha três importantes regiões: TessáliaAcarnânia e Épiro.[1] Na Grécia Central encontrava-se a FócidaEtóliaBeócia (região de Tebas) e a Ática (logradouro de Atenas).[1] Os Montes Citéron separavam a Beócia da península da Ática, onde se encontram as cadeias do Himeto, do Pentélico e do Parnes.

Entre a Grécia Continental e Peninsular, existe o chamado Istmo de Corinto, estreita faixa litorânea, e o Golfo de Corinto,[1] região onde foram edificadas as cidades de Corinto e Mégara.

Ao sul do Istmo de Corinto, se localiza a Grécia Peninsular ou Peloponeso.[1] O Peloponeso é dividido em Acaia (região de Olímpia),Arcádia(região das cidades Argos Tirinto e Micenas), Messênia (região de Messena) e Lacônia (região de Esparta).[1]

No mar Egeu encontram-se várias ilhas que formam diversos arquipélagos. Os arquipélagos são: Espórades (oeste da Eubéia), Cíclades (sul do mar Egeu; receberam esse nome por rodearem a ilha de Delos), Dodecaneso (Dhodhekánisos, "doze ilhas"; se localizam no extremo leste do mar Egeu), Jônicas e a ilha de Creta.

Todo o litoral egeu da Anatólia e o sul da Itália (Magna Grécia) também fazem parte da geografia grega.[1]

[editar]História

Os gregos originaram-se de povos que migraram para a península balcânica em diversas ondas, no início do segundo milênio a.C.[1] Os invasores foram os aqueus, os jônicos, oseólicos e dóricos.[1] As populações invasoras são em geral conhecidas como "helênicas", pois sua organização de clãs fundamentava-se, na crença de que descendiam do heroiHeleno, filho de Deucalião e Pirra.[4]

 
 
 
 
 
 
 
Heleno  
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Doro
 
 
 
 
Xuto
 
 
 
Éolo
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aqueu
 
 
Ion
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
dórios
 
aqueus
 
 
jônios
 
eólios  
 

[editar]Períodos

  • Homérico (1100 - 800 a.C.) — período marcado pela ruralização e pela comunidade gentílica. Formação dos genos e ausência de escrita. Este período é caracterizado pelas obras de Homero Ilíada e Odisseia.[1]
  • Arcaico (800 - 500 a.C.) — Formação da pólis; colonização grega; aparecimento do alfabeto fonético, da arte e da literatura além de progresso econômico com a expansão da divisão do trabalho, do comércio, da indústria e processo de urbanização.

[editar]Civilização minóica

Pintura mural em Cnossos.

civilização minóica foi uma civilização existente nas ilhas do mar Egeu entre 3000 e 1400 a.C. Esta civilização foi descoberta pelo arqueólogo inglês Arthur Evans, tendo o seu foco principal na ilha deCreta.

A civilização minóica teria surgido a partir de uma fusão dos habitantes de Creta com populações que se fixaram nesta ilha vindas da Ásia Menor[carece de fontes]. Os minoicos tiveram como principal actividade económica o comércio e criaram uma civilização que tinha em grandes palácios os seus centros administrativos. Em torno dos palácios existiam casas, não sendo os palácios amuralhados. Os palácios apresentavam sistemas de iluminação e esgotos e estavam decorados com belas pinturas[carece de fontes].

Os minoicos já conheciam a escrita (Linear A e Linear B) e destacaram-se pelo trabalho do ouro e das gemas, bem como por uma cerâmica decorada com motivos marítimos e geométricos.

Suas terras mais férteis estavam na parte esquerda da ilha, onde se encontravam as principais cidades como Cnossos (capital) e Kato-Zacros. Apesar dos seus palácios terem sofrido com os terremotos que atingiam a região, os minoicos prosperaram até 1400 a.C. A decadência desta civilização parece ter sido o resultado de ataques de inimigos, entre os quais se encontrariam os micênicos.

Vale a pena destacar o papel da mulher na sociedade minóica. Ao contrário das futuras cidades, como Atenas e Esparta, onde a mulher não tinha direitos políticos e era vista apenas como uma reprodutora, a mulher micênica era livre, podia adquirir propriedades e ser independente.

[editar]Civilização micênica

Máscara funerária da civilização micénica (Máscara de Agamemnon).

Os minoicos viriam a influenciar a história da Grécia através dos micênicos, que adoptam aspectos da cultura minóica. O nome "micénico" foi criado por Heinrich Schliemann com base nos estudos que fez no sítio deMicenas, no nordeste do Peloponeso, onde outrora se erguia um grande palácio e uma das principais cidades além de TirintoTebas e Esparta. Julga-se que os micênicos se chamariam a si próprios aqueus. De acordo com vários historiadores, os micênios eram chamados de Ahhiyawa pelos hititas.[6] A sua civilização floresceu entre 1600 e 1200 a.C.

Os micênicos já falavam grego. Não tinham uma unidade política, existindo vários reinos micénicos. À semelhança dos minoicos, o centro político encontrava-se no palácio, cujas paredes também estavam decoradas com afrescos[carece de fontes].

Para além de praticarem o comércio, os micênicos eram amantes da guerra e da caça. Por volta de 1400 a.C. os micênicos teriam ocupado Cnossos, centro da cultura minóica.

Por volta de 1250 a.C. o mundo micénico entra em declínio, o que estaria relacionado com a decadência doreino hitita no Oriente Próximo[carece de fontes], que teria provocado a queda das rotas comerciais. Sua decadência envolveu também guerras internas[carece de fontes]. É provável que a destruição da cidade de Tróia, facto que se teria verificado entre 1230 a.C. e 1180 a.C., possa estar relacionado com o relato literário de Homero na Ilíada, escrita séculos depois.

[editar]Idade das Trevas

Dá-se o nome de Idade das Trevas ao período que se seguiu ao fim da civilização micénica e que se situa entre 1100 e 800 a.C. Durante este período perdeu-se o conhecimento da escrita, que só seria readquirido no século VIII a.C.. Os objectos de luxo produzidos durante a era micénica não são mais fabricados neste período. A designação atribuída ao período encontra-se relacionada não apenas com a decadência civilizacional, mas também com as escassas fontes para o conhecimento da época.

Outro dos fenómenos que se verificou durante este período foi o da diminuição populacional, não sendo conhecidas as razões exactas que o possam explicar. Para além disso, as populações também se movimentam, abandonando antigos povoados para se fixarem em locais que ofereciam melhores condições de segurança.

[editar]Período Arcaico

Antiga moeda ateniense do século V a.C., representando a cabeça da deusa Atena e de umacoruja no verso.

O Período Arcaico tem como balizas temporais tradicionais a data de 776 a.C., ano da realização dos primeiros Jogos Olímpicos, e 480 a.C., data da Batalha de Salamina. A Grécia era ainda dividida em pequenas províncias com autonomia, em razão das condiçõestopográficas da região: cada planícievale ou ilha é isolada de outra por cadeias demontanhas ou pelo oceano.

A origem das cidades gregas remonta à própria organização dos invasores, especialmente dos aqueus, que se agrupavam nos chamados ghené (ghenos, no singular). Os ghené eram essencialmente comunidades tribais que cultuavam seus deuses na acrópole (local elevado). A vida econômica dessas grandes famílias era, a princípio, baseada em laços de parentesco e cooperação social. A terra, a colheita e o rebanho pertenciam à comunidade. Havia uma liderança política na figura do pater, um membro mais velho e respeitado. Diversos ghenéagrupavam-se em fratarias, e diversas fratarias em tribos.

Com a recuperação econômica após o interlúdio dórico, a população grega cresceu além da capacidade de produção das terrascultiváveis[carece de fontes]. Diante desse desequilíbrio, e procurando garantir melhores condições de vida, alguns grupos teriam se destacado, passando a manejar armas e a ter domínio sobre as melhores terras e rebanhos. Esses grupos acumularam riqueza, poder e propriedade como resultado da divisão desigual das terras do ghené, considerando-se os melhores — aristoi, em grego. Assim, foram diferenciando-se da maioria da população e dissolvendo a vida comunitária do ghené. Essas transformações sociais estavam na origem da formação da pólis, a cidade grega. A partir de 750 a.C. os gregos iniciaram um longo processo de expansão, firmando colônias em várias regiões, como Sicília e sul da Itália, no sul da França, na costa da Península Ibérica, no norte de África e nas costas do mar Negro. Entre os séculos VIII e VI a.C. fundaram aí novas cidades, as colônias, as quais chamavam de apoíkias—; palavra que pode ser traduzida por nova casa.

São muitas as causas apontadas pelos historiadores para explicar essa expansão colonizadora grega. Grande parte dessas causas relaciona-se a questões sociais originadas por problemas de posse de terra e dificuldades na agricultura[carece de fontes].

As melhores terras eram dominadas por famílias ricas (os aristoi, também conhecidos por eupátridas - bem nascidos). A maioria dos camponeses (georgoi) cultivava solos pobres cuja produção de alimentos era insuficiente para atender às necessidades de uma população em crescimento. Uma terceira classe, que não possuía terras, dedicar-se-íam, mais tarde, ao comércio; eram chamados de thetas, marginais. Para fugir à miséria, muitos gregos migravam em busca de terras para plantar e de melhores condições de vida, fundando novas cidades. Assim, no primeiro momento, a principal atividade econômica das colônias gregas foi a agricultura. Posteriormente, muitas colônias transformaram-se em centros comerciais, dispondo de portos estratégicos para as rotas de navegação.

A Hélade começa a dominar lingüística e culturalmente uma área maior do que o limite geográfico da Grécia. As colônias não eram controladas politicamente pelas cidades que as fundavam, apesar de manterem vínculos religiosos e comerciais com aquelas. Predominava entre os gregos sempre a organização de comunidades independentes, e a cidade (cada uma desenvolveu seu próprio sistema de governo,leiscalendário e moeda) tornou-se a unidade básica do governo grego.

[editar]Consequências da colonização

Cidades e colônias gregas por volta de 550 a.C..

Socialmente, a colonização do mar Mediterrâneo pelos gregos resultou no desenvolvimento de uma classe rica formada por mercadores (o comércio internacional desenvolvera-se a partir de então) e de uma grande classe média de trabalhadores assalariados, artesãos e armadores. Culturalmente, os gregos realizaram intercâmbios com outros povos.Na economia, a indústria naval se desenvolveu, obviamente, passando a consumir crescente quantidade de madeira das florestas gregas.

As evidências arquelógicas indicam que o padrão de vida na Grécia melhorou acentuadamente (o tamanho médio das área do primeiro andar de residências encontradas por arqueólogos aumentou 5 vezes, de 55 metros quadrados para 230 metros quadrados)[7]. A expectativa de vida aumentou em vários anos assim como a altura média[7]. A população aumentou de 600.000 no século VIII a.C. para em torno de 9 milhões, no século IV a.C.[8]. E tudo isso fez com que no século IV, a Grécia já possuísse a economia mais avançada do mundo [9] e com um nível de desenvolvimento extremamente raro para uma economia pré-industrial, estando em vantagem em alguns pontos se comparada com as economias mais avançadas antes da Revolução Industrial, os países baixos do século XVII e a Inglaterra do século XVIII[9]. Apesar disso, houve concentração fundiária, em algumas cidades essa concentração levou a revoltas e tiranias, em outras a aristocracia manteve o controle graças a legisladores inclementes. Outras cidades permaneceram relativamente igualitárias na distribuição das terras, em Atenas é estimado que entre 7,5-9% dos cidadãos, o grupo abastado, fossem proprietários de 30-35% de todas as terras, e 20% dos cidadãos tinham pouca ou nenhuma terra e os restantes 70-75% dos cidadãos eram proprietários de 60-65% das terras[9], uma distribuição com índice Gini menor do que a renda dos EUA hoje e comparável à distribuição de renda de Portugal.

[editar]Período Clássico

[editar]Guerras Medo-Persas

História (ocidente)
Pré-História Idade da Pedra Paleolítico
Mesolítico
Neolítico
Idade dos Metais Idade do Cobre
Idade do Bronze
Idade do Ferro
Idade Antiga Antiguidade Oriental
Antiguidade clássica
Antiguidade tardia
Idade Média Alta Idade Média
Baixa Idade Média
Idade Média Plena
Idade Média Tardia
século XV
Idade Moderna
século XVI
século XVII
século XVIII
Idade Contemporânea
século XIX
século XX
século XXI


O Período Clássico estende-se entre 480 a.C. e 359 a.C. e é dominado por Esparta e Atenas. Cada um destas Pólis desenvolveu o seu modelo político (a oligarquia militarista em Esparta e a democracia aristocrata em Atenas).

Ao nível externo verifica-se a ascensão do Império Persa Aqueménida quando Ciro II conquista o reino dos medos. O Império Aqueménida prossegue uma política expansionista e conquista as cidades gregas da costa da Ásia Menor. Atenas e Erétria apoiam a revolta das cidades gregas contra o domínio persa, mas este apoio revela-se insuficiente já que os jónios são derrotados: Mileto é tomada e arrasada e muitos jónios decidem fugir para as colónias do Ocidente. O comportamento de Atenas iria gerar uma reacção persa e esteve na origem das Guerras Médicas (490-479 a.C.).

Em 490 a.C. a Ática é invadida pelas forças persas de Dario I, que já tinham passado por Erétria, destruindo esta cidade. O encontro entre atenienses e persas ocorre em Maratona, saldando-se na vitória dos atenienses, apesar de estarem em desvantagem numérica.

Dario prepara a desforra, mas falece em 485, deixando a tarefa ao seu filho Xerxes I que invadiu a Grécia em480 a.C. Perante a invasão, os gregos decidem esquecer as diferenças entre si e estabelecem uma aliança composta por 31 cidades, entre as quais Atenas e Esparta, tendo sido atribuída a esta última o comando das operações militares por terra e pelo mar. As forças espartanas lideradas pelo rei Leónidas I conseguem temporariamente bloquear os persas na Batalha das Termópilas, mas tal não impede a invasão da Ática. Ogeneral Temístocles tinha optado por evacuar a população da Ática para Salamina e sob a direcção desta figura Atenas consegue uma vitória sobre os Persas em Salamina. Em 479 a.C. os gregos confirmam a sua vitória desta feita na Batalha de Platéias. A frota persa foge para o mar Egeu, onde em 478 a.C. é vencida emMícale.

[editar]Guerra do Peloponeso

Liga de Delos (Império ateniense) depois daGuerra do Peloponeso em 431 a.C..

Com o fim das Guerras Médicas, e em resultado da sua participação decisiva no conflito, Atenas torna-se uma cidade poderosa, que passa a intervir nos assuntos do mundo grego.Esparta e Atenas distanciam-se e entram em rivalidade, encabeçando cada um delas uma aliança política e militar: no caso de Esparta era a Liga do Peloponeso e no caso de Atenas a Liga de Delos. Esta última foi fundada em 477 a.C.e era composta essencialmente por estados marítimos que encontravam-se próximos do mar Egeu, que temiam uma nova investida persa. O centro administrativo da liga era a ilha de Delos.

Para poder atingir o seus objectivos a Liga precisava possuir uma frota. Os seus membros poderiam contribuir para a formação desta com navios ou dinheiro, tendo muitos estados optado pela última opção. Com o tempo Atenas afirma-se como o estado mais forte da liga, facto simbolizado com a transferência do tesouro de Delos para Atenas em 454 a.C.. Os Atenienses passam a considerar qualquer secessão da Liga como um acto de traição e punem os estados que tentam fazê-lo. Esparta aproveita este clima para realizar a sua propaganda.

As relações entre as duas póleis atingem o grau de saturação em 431 a.C., ano em que se inicia a guerra. As causas para esta guerra, cuja principal fonte para o seu conhecimento é o historiador Tucídides, são essencialmente três. Antes do conflito Atenas prestara ajuda a Córcira, ilha do mar Jónio fundada por Corinto (aliada de Esparta), mas que era completamente independente. Atenas também decretara sanções económicas contra Mégara, justificadas com base em uma alegada transgressão de solo sagrado entre Mégara e Atenas. Para além disso, Atenas realiza um bloqueio naval à cidade de Potideia, no norte da Grécia, sua antiga aliada que se revoltara e pedira ajuda a Corinto[carece de fontes].

Esparta lança um ultimato a Atenas: deve levantar as sanções a Mégara e suspender o bloqueio a Potideia. Péricles consegue convencer a Assembleia a rejeitar o ultimato e a guerra começa. Os Atenienses adoptam a estratégia proposta por Péricles, que advogava que a população dos campos se concentrasse no interior das muralhas de Atenas; os alimentos e os recursos chegariam através do porto do Pireu. Contudo, a estratégia teve um resultado imprevisível: a concentração da população, aliada a condições de baixa higiene provocou a peste que atingiu ricos e pobres e o próprio Péricles. A guerra continuou até 422 a.C. ano em que Atenas é derrotada em Anfípolis. Na batalha morrem o general espartano Brásidas e o ateniense Cléon, ficando o ateniense Nícias em condições de estabelecer a paz (Paz de Nícias, 421 a.C.). Apesar do suposto cessar das hostilidades, entre 421 e 414 as duas póleis continuam a combater, não directamente entre si, mas através do seus aliados, como demonstra a ajuda secreta dada a Argos por Atenas. Em 415 a.C. Alcibíades convenceu a Assembleia de Atenas a lançar um ataque contra Siracusa, uma aliada de Esparta, em expedição que se revelou um fracasso. Com a ajuda monetária dos Persas, Esparta construiu uma frota, que foi decisiva para vencer a guerra. Na Primavera de 404 a.C. Atenas rende-se.

Esse foi um tempo em que o mundo grego prosperou, com o fortalecimento das cidades-Estado e a produção de obras que marcariam profundamente a cultura e a mentalidade ocidental, mas foi também o período em que o mundo grego viu-se envolvido em longas e prolongadas guerras.

[editar]Ascensão da Macedónia

O reino da Macedónia, situado a norte da Grécia, emerge em meados do século IV a.C. como nova potência. Os macedónios que não falavam o grego e não adoptaram o modelo político dos gregos, eram vistos por estes como bárbaros. Apesar disso, muitos nobres macedónios aderiram à cultura grega, tendo a Macedónia sido responsável pela difusão da cultura grega em novos territórios.

Durante o reinado de Filipe II da Macedónia o exército macedónio adopta técnicas militares superiores, que aliadas à diplomacia e à corrupção, vão permitir-lhe a dominar as cidades da Grécia[carece de fontes]. Nestas formam-se partidos favoráveis a Filipe, mas igualmente partidos que se opõem aos Macedónios. Em 338 a.C. Filipe e o seu filho, Alexandre, o Grande, derrotam uma coligação grega em Queroneia, desta forma colocando a Grécia continental sob domínio macedónio. Filipe organiza então a Grécia em uma confederação, a Assembleia de Corinto, procurando unir os gregos com um objectivo comum: conquistar o Império Persa como forma de vingar pela invasão de 480 a.C[carece de fontes]. Contudo, Filipe viria a ser assassinado por um nobre macedónio em Julho de 336 a.C., tendo sido sucedido pelo seu filho Alexandre.

Alexandre concretizou o objectivo do pai, através da vitória nas batalhas de GranicoIsso e Gaugamela, marchando até à Índia. No regresso, Alexandre era senhor de um vasto império que ia da Ásia Menor ao Afeganistão, passando pelo Egipto. Alexandre faleceu de forma prematura (possivelmente de malária[carece de fontes]) na Babilónia em 323 a.C.

[editar]Período Helenístico

Após a morte de Alexandre, os seus generais lutaram entre si pela posse do império. As cidades gregas aproveitam a situação para se livrarem do domínio macedónio, mas foram subjugadas por Antípatro na Guerra Lamíaca (323-322 a.C).

Nenhum dos generais de Alexandre conseguiu reunir o império sob o seu poder. Em vez disso, nasceram vários reinos que seguiriam percursos diferentes: Antígono fundou um reino que compreendia a Macedónia, a Grécia e partes da Ásia Menor; Seleuco, estabeleceu um vasto reino que ia da Babilónia ao Afeganistão e Ptolemeu torna-se rei do Egipto.

[editar]Sociedade e organização política

São inúmeras as diferenças entre a Grécia moderna e a Grécia Antiga. O mundo grego antigo estendia-se por uma área muito maior do que o território grego atual. Além disso, há outra diferença básica. Hoje, a Grécia constitui um país, cujo nome oficial é República Helênica. Já a Grécia Antiga nunca foi um estado unificado com governo único. Era um conjunto de cidades-estado independentes entre si, com características próprias embora a maioria das cidades-estado tivessem seus sistemas econômicos parecidos, excluindo-se de Esparta.

[editar]A cidade-estado grega

Acrópole de Atenas com o Partenon no topo.Atenas foi uma das mais influentes e importantescidades-estado grega.

Desde o século VIII a.C., formaram-se pela Grécia Antiga diversas cidades independentes. Em razão disso, cada uma delas desenvolveu seu próprio sistema de governo, suas leis, seu calendário, sua moeda. Essas cidades eram chamadas de pólis, palavra grega que costuma ser traduzida por cidade-estado.

De modo geral, a pólis reunia um agrupamento humano que habitava um território cuja extensão geralmente variava entre algumas centenas de quilômetros quadrados e 10.000 km²[8]. Compreendia uma área urbana e outra rural. Atenas, por exemplo, tinha 2.500 km², Siracusa tinha 5.500 km² e Esparta se estendia por 7.500 km²[8]. A área urbana freqüentemente se estabelecia em torno de uma colina fortificada denominada acrópole (do grego akrósalta e póliscidade). Nessa área concentrava-se o centro comercial e a manufatura. Ali, muitos artesãos e operários produziam tecidos, roupas, sandálias, armas, ferramentas, artigos em cerâmica e vidro. Na área rural a população dedicava-se às atividades agropastoris: cultivo de oliveirasvideirastrigocevada e criação de rebanhos decabrasovelhasporcos e cavalos. Este agrupamento visava atingir e manter uma completa autonomia política e social para com as outras poleis gregas, embora existisse muito comércio e divisão de trabalho entre as cidade gregas. É estimado que Atenas importava 2/3 à 3/4[7] de seus alimentos e exportava azeitechumbopratabronze, cerâmica e vinho. No mundo grego encontramos muitas pólis, dentre as mais famosas, temos Messênia, Tebas, Mégara e Erétria. É estimado que seu número tenha chegado a mais de mil no século IV a.C.[8].

A maioria das cidades-estado gregas era pequena, com populações de aproximadamente 20 mil habitantes[8] ou menos na sua área urbana. Mas as principais cidades eram bem maiores, no século IV a.C., essas cidades eram Atenas, com estimados 170 mil habitantes[10] em sua área urbana, Siracusa, com aproximadamente 125 mil habitantes[11]. Esparta tinha apenas 40 mil habitantes.[11] em sua área urbana, sendo uma cidade-estado pouco urbanizada em relação às outras.

Atenas era a maior e mais rica cidade da Grécia Antiga durante os séculos V e IV a.C. Existem relatos da época que reportam um volume comercial externo (soma das importações e exportações das cidades do império ateniense) da ordem de 180 milhões de dracmas[12] áticos, valor duas ou três vezes superior ao orçamento do Império Persa na mesma época [12].

[editar]Esparta

[editar]Cultura

Os gregos tinham conflitos e diferenças entre si, mas muitos elementos culturais em comum. Falavam a mesma língua (apesar dos diferentes dialetos e sotaques) e tinham religião comum, que se manifestava na crença nos mesmos deuses. Em função disso, reconheciam-se como helenos (gregos) e chamavam de bárbaros os estrangeiros que não falavam sua língua e não tinham seus costumes, ou seja, os povos que não pertenciam ao mundo grego (Hélade).

[editar]Educação em Atenas

Em Atenas, apesar das mulheres também serem educadas para as tarefas de mãe e esposa, a educação era tratada de outra forma, pois até mesmo nas classes mais pobres da sociedade ateniense encontrava-se homens alfabetizados. Eles eram instruídos para cuidarem não só da mente como também do corpo, o que lhes dava vantagem na hora da guerra, pois eram tão bons guerreiros quanto eram estrategistas.[carece de fontes]

Os meninos, quando ainda pequenos - aos sete anos de idade -, já começavam suas instruções na escola e em suas próprias casas. OPedagogo - um escravo especial - eram escolhidos a orientá-los. Antigos poetas como Homero eram citados em suas aprendizagens.

[editar]Jogos Olímpicos

Estádio em OlímpiaGrécia.

Um exemplo de atividade cultural comum entre os gregos foram os Jogos Olímpicos. A partir de 776 a.C., de quatro em quatro anos, os gregos das mais diversas cidades reuniam-se emOlímpia para a realização de um festival de competições. Esse festival ficou conhecido comoJogos Olímpicos. Os jogos olímpicos eram realizados em honra a Zeus (o mais importante deus grego) e incluíam provas de diversas modalidades esportivas: corridas, saltos,arremesso de discolutas corporais. Além do esporte havia também competições musicais e poéticas.

Os Jogos Olímpicos eram anunciados por todo o mundo grego dez meses antes de sua realização. Os gregos atribuíam tamanha importância a essas competições que chegavam a interromper guerras entre cidades (trégua sagrada) para não prejudicar a realização dos jogos. Pessoas dos lugares mais distantes iam a Olímpia a fim de assistir aos jogos. Havia, entretanto, proibição à participação das mulheres, seja como esportistas, seja como espectadoras.

[editar]Arte

Um dos mais expressivos monumentos do período antigo é o Partenon, templo com colunasdóricas, construído entre 447 e 438 a.C. na acrópole de Atenas, e dedicado à padroeira da cidade, Athenea Párthenos. A construção foi projetada pelos arquitetos Calícrates e Ictinos, e é comandada por Fídias. Suas linhas arquitetônicas serviram de inspiração para a construção de muitos outros edifícios em todo o mundo.

[editar]Religião

A mais alta montanha da Grécia, o Monte Olimpo, em foto de 2005, onde os gregos antigos acreditavam ser a morada dos Doze Deuses.

Os gregos praticavam um culto politeísta antropomórfico, em que os deuses poderiam se envolver em aventuras fantásticas, tendo, também, a participação de heróis (Hércules,TeseuPerseuÉdipo) que eram considerados divinos. Não havia dogmas e os deuses possuíam tanto virtudes quanto defeitos, o que os assemelhava aos mortais no aspecto de personalidade. Para relatar os feitos dos deuses e dos heróis, os gregos criaram uma rica Mitologia.

Normalmente, as cerimônias públicas, mesmo de cunho político, eram antecedidas por práticas religiosas, o que reflete a importância da religiãoentre os gregos antigos. Mas essa religião foi superada pela Filosofia.

Apesar da autonomia política das cidades-estados, os gregos estavam unificados em termos religiosos. Entre as divindades cultuadas estavam: Zeus (senhor dos deuses), Hades (deus do mundo inferior), Deméter (deusa da agricultura), Posídon (deus do mar), Afrodite (deusa do amor), Apolo (deus do sol e das artes), Dionísio (deus do vinho), Atena (deusa da sabedoria), Artêmis (deusa da caça e da lua), Hermes (deus das comunicações), Hera (protetora das mulheres) e muitas outras.

Além dos grandes santuários como os de DelfosOlímpia e Epidauro, havia os oráculos que também recebiam grandes multidões, pois lá se acreditava receber mensagens diretamente dos deuses. Um exemplo claro estava no Oráculo de Delfos, onde uma pitonisa (sacerdotisa do templo de Apolo) entrava em transe e pronunciava palavras sem nexo que eram interpretadas pelos sacerdotes, revelando o futuro dos peregrinos.

Outro fato muito interessante era a existência dos homogloditas, um pequeno povo que vivia nas áreas litoranas do rio mediterrâneo, eles utilizavam a argila para a construção de estatuetas como uma oferenda aos deuses gregos, geralmente ao Dionísio, deus da humildade e da realeza.

[editar]Legado da Grécia Antiga

A cultura da Grécia Antiga é considerada a base da cultura da civilização ocidental. A cultura grega exerceu poderosa influência sobre osromanos, que se encarregaram de repassá-la a diversas partes da Europa. A civilização grega antiga teve influência na linguagem, napolítica, no sistema educacional, na filosofia, na ciência, na tecnologia, na arte e na arquitectura moderna, particularmente durante arenascença da Europa ocidental e durante os diversos reviveres neoclássicos dos séculos XVIII e XIX, na Europa e Américas.

Conceitos como cidadania e democracia são gregos, ou pelo menos de pleno desenvolvimento na mão dos gregos. Qualquer história da Grécia Antiga requer cautela na consulta a fontes. Os historiadores e escritores políticos cujos trabalhos sobreviveram ao tempo eram, em sua maioria, atenienses ou pró-atenienses, e todos conservadores[carece de fontes]. Por isso se conhece melhor a história de Atenas do que a história das outras cidades; além disso, esses homens concentraram seus trabalhos mais em aspectos políticos (e militares e diplomáticos, desdobramentos daqueles), ignorando o que veio a se conhecer modernamente por história econômica e social. Toda a história da Grécia antiga precisa dar atenção à condução parcial pelas fontes.

Referências

  1. ↑ a b c d e f g h i j k l m n o p História Do Mundo Ocidental. 1º ed. São Paulo: FTD, 2005. 51 p. ISBN 978-85-322-5602-7
  2.  Coleção encontros com a História. 1º ed. Curitiba: Positivo, 2006. 130 p. ISBN 978-85-7472-583-3
  3. ↑ a b História Global: Brasil e Geral. 5º ed. São Paulo: Saraiva, 1999. 44-58 p. ISBN 85-02-02450-7
  4.  Pseudo-ApolodoroBiblioteca, 1.7.2
  5. ↑ a b c EJA: Educação de Jovens e Adultos. 1º ed. São Paulo: Ática, 2003. 55-56 p. ISBN 978-85-08-08967-3
  6.  H. Craig MelchertMycenaean and Hittite Diplomatic Correspondence: Fact and Fiction [em linha]
  7. ↑ a b c http://www.princeton.edu/~pswpc/pdfs/morris/120509.pdf
  8. ↑ a b c d e http://www.amazon.com/Shotgun-Method-Demography-City-State-BIOGRAPHY/dp/0826216676
  9. ↑ a b c http://www.princeton.edu/~pswpc/pdfs/ober/051001.pdf
  10.  Gomme, Arnold. 1933. The Population of Athens in the Fifth and Fourth Centuries B.C. Oxford.
  11. ↑ a b http://openlibrary.org/works/OL5277203W/Four_thousand_years_of_urban_growth
  12. ↑ a b http://www.tulane.edu/~august/H310/handouts/Finances.htm

e tanbem eles era um povo que era diferente

[editar]Bibliografia

  • DURAND, Matthieu de - História Abreviada da Grécia Antiga. Lisboa: Editorial Notícias. ISBN 972-46-0603-1
  • MARTIN, Thomas R. - Breve História da Grécia Clássica. Lisboa: Editorial Presença, 1998. ISBN 972-23-2332-6

[editar]Ver também

Commons possui uma categoriacom multimídias sobre Grécia Antiga
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[editar]Ligações externas

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